
“Separação” – Entrevista Publicada na Revista Família Brasileira – Folha de São Paulo 07/Out – 2007.
Homem tolera mais traição,
diz advogada da elite.
A advogada Priscila Corrêa da Fonseca, 58, doutora em direito processual civil pela Faculdade de Direito da USP, atua há 34 anos nas áreas do direito da família e das sucessões. Conhecida no meio em que mais atua, o dos endinheirados, “Priscila, a rainha do divórcio”, a advogada domina -como poucos- a dinâmica da infelicidade conjugal, embora jamais se tenha casado. É que, pelo seu escritório já passaram mais de mil casos de separação, em geral litigiosas. Abaixo, histórias de infidelidade, mulheres nervosas e traídos resignados.
Quais os motivos mais freqüentes para a separação?
O mais comum é a traição. Seguem-se os problemas financeiros e as agressões físicas e verbais.
Quem trai?
Quem trai mais é o homem. A iniciativa da separação, por isso, é quase sempre da mulher.
Por quê?
A mulher tolera menos a traição. Tem o pavio mais curto. Sente-se ofendida mais facilmente.
Ou será que é porque os homens traem muito mais?
A mulher trai menos, é verdade. Mas, mesmo quando ela trai, os homens preferem fazer vista grossa.
Contrariamente ao esperado, o homem não se preocupa muito em se separar, quando sabe que foi traído.
Em geral, se ele puder manter a rotina, o status quo de casado, prefere manter. Esta é uma constatação muito, muito freqüente no escritório.
Falta de sexo não é alegação para a separação?
Não. Primeiramente, porque você não tem como provar isso em juízo. Segundo, porque, em 34 anos de profissão, se vi cinco divórcios causados por falta de sexo foi muito.
Quem recorre mais aos seus serviços?
Embora a mulher tome a iniciativa da separação na maioria dos casos, eu sou mais procurada por homens que precisam se defender em situações litigiosas.
A sua clientela é, sabidamente, de elite. Como as questões financeiras afetam essas pessoas, a ponto de causar separação?
Questões financeiras entram como causa de separações em casos de marido pão-duro ou que esteja quebrado. Mas também já advoguei para homens que acusavam suas mulheres de perdulárias.
Imaginei que a senhora referia-se a casos em que o homem insurge-se contra o fato de a mulher ser mais bem-sucedida profissionalmente do que ele…
Na maioria dos casos que acompanhei, isso não se constituiu em problema. Não porque não haja mulheres mais bem-sucedidas profissionalmente do que os maridos, mas porque, quando acontece, os homens preferem enfiar o rabo entre as pernas. Não querem sair alardeando essa circunstância por aí.
Na hora da raiva, a pancadaria é exceção ou regra?
Pancadaria mesmo é raro. A coisa mais engraçada que vi foi a separação de um enólogo. A mulher dele colocou um aquecedor dentro da adega. Uma loucura. Também, tive vários casos de mulheres que picaram ou puseram fogo nas roupas dos maridos. Ah, fiz ainda a separação de um maestro. Na raiva, ela ameaçava queimar todas as partituras dele.
Priscila M.P. Corrêa da Fonseca
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